O rabo, porque não?

Oxtail soup na Inglaterra, Rabo de Toro na Espanha, Sopa de Rabo de Boi em Portugal…é a nossa Rabada. Amada ou odiada, assim como outros acepipes que carregam em si o preconceito imputado  àquela categoria de pratos rústicos, de origem humilíssima, feitos com carnes pouco nobres, coisa de pobre.

Só se for de espírito, pois graças aos deuses da boa mesa, o caldeirão cultural da gastronomia há muito vem conferindo novo status de autenticidade e “denominação de origem” aos sabores nostálgicos dos quintais, à comida de buteco e de rua, às receitas cuidadosamente dependuradas em árvores genealógicas. Pois em verdade vos digo: a internacionalmente prosaica Rabada, se bem preparada, é um riquíssimo prato de bela apresentação, par perfeito para um tinto de personalidade.

Pois vamos à uma receita baseada nas tradições de Córdoba, na Espanha, a capital mundial do “Rabo de Toro”, onde se encontram dezenas de tabernas que servem a iguaria nas mais diversas interpretações.

A Receita:

Ingredientes para 4 a 6 comensais

  • 1 rabo de boi ou vaca (os de boi são um pouco menos gordurosos) que costuma dar cerca de 2 kilos e meio.
  • 1 limão
  • 2 cenouras cortadas em rodelas
  • 1 cebola branca picada
  • 1 cabeça de alho
  • 1 pimentão picado
  • 4 tomates maduros picados
  • Azeite de qualidade
  • 1 garrafa de vinho tinto seco de qualidade
  • Temperos: Orégano, folhas de louro, tomilho fresco, alecrim fresco, pimenta do reino, páprica doce, sal.

Modus Operandis:

Peça ao açougueiro para cortar o rabo (do boi) em pedaços e limpar algumas partes mais gordurosas.  Ferva em água com suco de 1 limão, por cerca de 15 minutos. Retire e após esfriar, deixe marinando em vinho tinto seco, por no mínimo 12 horas na geladeira.

Retire e preserve a marinada. Doure os pedaços numa panela grande e grossa, com azeite, cebola e a cabeça de alho levemente amassada, com casca, para não queimar. Acrescente a cenoura, os pimentões e após 10 minutos refogando e revirando tudo, os tomates.

Depois é hora dos temperos: Uma boa pitada de orégano, 3 folhas de louro, pimenta do reino moída a gosto, 1 colher de chá de páprica doce, um pequeno maço de tomilho fresco e alecrim. Coe a marinada numa peneira fina, para retirar mais gordura aglutinada e acrescente na panela até cobrir metade da carne. E só agora o sal, que se posto antes ira desidratar a carne. Deixe em fogo baixo por no mínimo 2 horas, acrescentando água aos poucos, mexendo e conferindo o sabor. Quando a carne estiver se desprendendo dos ossos e o molho reduzido, está pronta a rabada, que pode ser acompanhada de agrião, rúcula ou couve, batatas cozidas ou em purê, arroz.

O vinho:

Para “la maridaje” que tal um tinto de Rioja, cheio da dignidade dos tempos? Nos 10 anos da Confraria Divinho, o casal anfitrião casou muitíssimo bem um Rabo de Toro que se desmanchava no prato, com o “Coto de Imaz Gran Reserva 2005”, uma grande safra do norte espanhol.

100% da uva Tempranillo, este vinho, para fazer jus à denominação Gran Reserva, é produzido apenas em anos quando os níveis de cor, acidez e taninos combinam para suportar um longo envelhecimento. Este passou 2 anos por carvalho americano e francês, mais um mínimo de 3 anos evoluindo na garrafa. O resultado é um vinho pleno, de cor rubi com suaves bordas alaranjadas e notas de frutos vermelhos supermaduros, que evoluem na taça para couro, terra, casca de laranja e tabaco, uma festa de aromas. Na boca, taninos e acidez compenetrados dos vinhos que sabem envelhece. E uma persistência que nos faz estalar a língua e meditar, buscando detalhes. Ideal para escoltar nosso Rabo de Toro Cordobés. Notas: WS 93 – WE 93 – RP 90. Faixa de preço: R$ 130,00

19º Festival de Cultura e Gastronomia de Tiradentes

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Vinhos para o último (e também o primeiro) jantar do ano.

O jantar de Reveillon merece boas companhias, incluindo os vinhos, os pares ideais para esta ocasião.

Para entradas como canapés, frutas secas, nozes, castanhas, figos e damascos, a pedida é um espumante branco ou rosê com boa estrutura, de textura cremosa e bem refrescante. A recomendação é para os do tipo Brut, de paladar mais seco, portanto mais flexíveis, acompanhando também peixes como o salmão ou bacalhau de preparo mais simples, grelhados ou assados.

Os frutos do mar pedem vinhos brancos “tranquilos” (não espumantes) com alguma personalidade, como um Chardonnay maduro de regiões mais altas da Argentina ou Chile, ou se o orçamento permitir, os clássicos da Borgonha, mais elegantes e minerais. Há ainda os brancos portugueses de varias regiões, de uvas exclusivas daquele país como Fernão Pires, Jaen, Arinto e Loureiro.

Os pratos como perú ou chester, com farofas de frutas típicas, pedem um tinto de médio corpo e boa acidez, jovem e também frutado, como o Rosso di Montalcino , o “irmão mais novo” do famoso (e bem mais caro)  Brunello di Montalcino. Um Pinot Noir da Califórnia também vai muito bem.

Para carnes vermelhas e outras de sabor mais pronunciado, como o tender e o presunto, experimente tintos mais potentes, como um Cabernet Sauvignon, Syrah, Touriga Nacional, que podem vir sozinhas ou em cortes com Merlot, Tempranillo, Carmenere…

Fechando com sobremesas mais leves ou à base de frutas, os espumantes voltam à cena, agora mais doces, como os feitos com a casta Moscatel. Tortas, doces em caldas, sorvetes e mousses combinam com vinhos doces de colheita tardia. Pudins, doces com café ou achocolatados fazem par com o tradicional vinho do Porto, do tipo Ruby (mais jovem e frutado) ou Tawny (mais envelhecido e complexo)